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RESUMO HISTÓRICO DE SÃO LOURENÇO DO SUL
ASPECTOS DA GEOGRAFIA DO MUNICÍPIO: O município de São Lourenço do Sul tem uma área de 2.306Km2 o que corresponde a 0,8% da superfície do Rio Grande do Sul.
Está situado na parte centro-sul oriental do Estado, na margem oeste da Laguna dos Patos, na Serra dos Tapes, fazendo parte da sub-região gaúcha da Encosta do Sudeste e vinculado à microregião homogênea 317.
Ocupa uma posição privilegiada por se encontrar entre duas metrópoles sulinas da maior importância regional que são Porto Alegre e Pelotas, ligada pela Br-116 que corta o município na direção Norte-Sul, ficando a cidade de São Lourenço do Sul a 5 km dessa rodovia e, em linha reta, a uma distância de 161 km da capital do estado.
HIDROGRAFIA: De todas as águas continentais, as que despertam maior interesse são as águas correntes, pois influenciam a vida do homem em que quase todas as suas atividades. Desde a localização de cidades e povoados até a sua exploração econômica, para lavouras irrigadas de grande importância para o município.
A região lourenciana acha-se bem servida de águas internas, aparecendo rio, arroios, açudes e sangas.
O regime fluvial de seus principais cursos d’água é do tipo pluvial oceânico, do gênero subtropical, onde é nítida a predominância das cheias de inverno e primavera.
A maioria dos arroios são do tipo perene, ou seja, nunca desaparecem, sendo o seu sistema de drenagem classificado como exorreica, isto é, com saída para o oceano, no caso, através da Laguna dos Patos que recebe águas de alguns arroios diretamente, além das do rio Camaquã e de seus afluentes.
A Laguna dos Patos, junto a São Lourenço, forma um litoral de aproximadamente 69 km de extensão, não apresentando grandes reentrâncias, cabendo destaque a quem está localizado a praia de São Lourenço do Sul, não pela sua importância geográfica mas tão somente pelo seu valor local.
Como acidentes geográficos de pequena monta aparecem a foz do Arroio Grande, ex-Turuçu, do São Lourenço, do Carahá, do Tigre, e do Camaquã, a ponta da Figueira junto à praia de São Lourenço, a ponta da Pedra Mole, a do Pontalzinho ou Quilombinho a do Quilombo a Barra Falsa e a Barra Funda, ambas já junto ao estuário do Camaquã. Além desses, aparecem a ilhota da Ponta da Figueira, a das Cobras e as das foz do rio Camaquã acima citadas.
Nesse rede hidrográfica, observou-se a existência de apenas um rio, ou seja, o Camaquã, e, em grande variedade, os arroios. Cabe registrar que, em uma pesquisa, foi encontrada nota de grande importância: de acordo com Raul A. Ringuelet, um dos maiores estudiosos de hidrografia, em sua obra Elogia Acuática Continental , Eudeba Editorial, Universidade de Buenos Aires. 1962, pág 82, todo curso d’água permanente, com mais de 5 metros de largura e que desemboca em outro ambiente lótico, recebe o nome do rio.
Baseado na classificação desse autor, alguns de nossos arroios, como o Grande (ex-Turuçu), São Lourenço e Carahá teriam a denominação alterada para rio.
VEGETAÇÃO : Na cobertura vegetal do município, predominam as formações herbáceas onde domina a vegetação rasteira, com a presença de arbustos e de algumas árvores baixas que são os nossos campos.
Aparecem ainda: matas do tipo misto – hoje bastante alteradas pela ocupação humana – encontradas na região da serra, onde se destacam diversas espécies como, por exemplo: mirto, canela, angico, cedro, guajuvira, aroeiras, capororoca, orelha de burro, coronilha, pitangueira, catinga de mulata, figueira, timbaúba e ipê. Matas de Galeria que são pequenas formações florestais em forma de corredor ou galeria, que acompanham os cursos de água apresentando uma variedade de espécies vegetais: Formações Complexas. Aprecem ao longo do litoral da Laguna e estão constituídas de árvores de pequeno porte, algumas de copa larga, entremeadas de cactáceos e vegetais espinhosos. Ainda são encontradas gramíneas e grande número de coqueiros, os quais dão à orla da praia, junto a cidade, um aspecto peculiar e ornamental de efeito belíssimo. Junto ao delta do Camaquã e regiões alagadiças do litoral da Laguna, aparecem, ainda, aguapé, flutuantes, gravatás calustres, banana-do-mato, salgueiros, figueiras, gramíneas e siperáceas.
FAUNA : A vida animal do município tem sofrido bastante com a ação depredatória do Homem. Ainda assim, são encontradas numerosas espécies, algumas já em extinção.
Entre as regiões de fauna mais rica, cabe referência ao Banhado Caipira, apresentando-se como reduto de animais de pequeno porte por excelência. Ali se encontram, entre outros, ratões do banhado, capivaras, lontras, jacarés, tatus, numerosas espécies de aves aquáticas e, o coati. Como curiosidade, cabe registro que foi trazido do Mato Grosso, em 1970, pelo Sr. Solidônio Soares Serpa e, a partir dessa data, expandiu-se por todo o município.
Outra região rica em vida animal é a costa do Arroio Grande, ex-Turuçu, onde aparecem mãos peladas, gatos do mato, guaraxains, furões, raposas, além de outros animais já citados.
Quanto a fauna aquática, percebe-se a existência de peixes tais como: traíra, tainha, bagre, jundiá, linguado, peixe-rei, corvina, piava, dourado, tambicu, cascudo e outros. Ainda são encontrados na Laguna, quando está salgada, o camarão, miraguaia, savelho e enxova.
VULTOS HISTÓRICOS DE SÃO LOURENÇO DO SUL
JACOB RHEINGANTZ – ( fundador da Colônia de São Lourenço do Sul ) Nasceu em 09 de agosto de 1817, na cidade de Sponheim, na Alemanha.
Sua primeira atividade foi o comércio, que exerceu na cidade alemã de Kreznach, na casa do negociante Joseph Stock, um dos maiores fabricantes de vinhos da Alemanha.
Em 9 de abril de 1839, mudou-se para a França a fim de tentar a vida no comércio. Na cidade de Rheims, empregou-se na casa Veuve Cliquot, famosa casa fabricante de champanha.
Rheingantz dedicou toda sua vida à obra colonizadora, tendo desenvolvido a Colônia administrando-a até sua morte.
Jacob Rheingantz, o fundador da Colônia de São Lourenço, morreu em 15 de julho de 1877, na cidade alemã de Hamburgo, onde se achava em busca de novos imigrantes para a Colônia e em visita a seus filhos que estudavam naquela cidade.
JOSÉ ANTONIO DE OLIVEIRA GUIMARÃES - Personalidade que foi decisiva para a consolidação da Colônia de São Lourenço, pois tendo-se associado a Rheingantz logo após este ter firmado contrato de compra de terras com o Governo provincial, Oliveira Guimarães sem empenhou em captar recursos junto a terceiros para que tornasse viável a Colônia, tendo com isso, obtido capital para o transporte de colonos, assim como para sua efetiva instalação nos lotes coloniais.
JOÃO BATISTA SCHOLL - Nasceu em 8 de dezembro de 1848, na cidade de Stromberg, Renânia, Alemanha.
Em companhia de seus pais, Jacob e Catarina Scholl, juntamente com os irmãos Guilherme, Carlos e Elisa, João Batista desembarcou no mês de julho de 1865 na cidade do Rio Grande.
A família devidamente legalizada no Brasil pela Comissão de Imigração, fixou residência na Colônia de São Lourenço, na localidade de Picada Moinhos. Com a idade de 18 anos, Scholl foi para cidade de Pelotas e empregou-se na casa comercial de Ricardo Ubrich. Depois retornou à Colônia São Lourenço estabelecendo-se com negócio na Picada Moinhos.
Em 30 de julho de 1935, com 87 anos de idade, João Batista Scholl faleceu nesta cidade, encerrando uma vida profícua e dedicada ao progresso de sua terra.
ALMIRANTE JOAQUIM FRANCISCO DE ABREU - Nascido em 13 de março de 1863, na cidade do Rio Grande, filho de Antonio Francisco dos Santos Abreu e Perpétua da Silva Santos Abreu, então proprietários da Fazenda São Lourenço, local onde o futuro almirante Abreu passou os anos de sua infância e parte da adolescência. Durante a Guerra Farroupilha , era comum os lanchões de Garibaldi buscarem refúgio e abastecimento no arroio São Lourenço, ocasião, inclusive, em que vinha junto a bordo Bento Gonçalves, posto que Perpétua Gonçalves da Silva Santos Abreu era sua sobrinha. Nessas oportunidades o menino Joaquim Francisco de Abreu encantava-se com as naus ancoradas e com os contos da marujada. Foi a partir dessa época que o jovem se enamorou pela Marinha e decidiu seguir a arte naval. Joaquim Francisco de Abreu fez carreira rápida como oficial.
Depois da Guerra do Paraguai, o Almirante Abreu prestou inúmeros e relevantes serviços ao Brasil, vindo a morrer em Rio Grande no dia 13 de julho de 1895.
Fonte: São Lourenço do Sul Cem Anos 1884 - 1984
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